«Príncipe
da Arrábida»
Jovial coração, em plena liberdade,
Ousado espírito refeito em asas francas
Anelando encontrar de novo a eternidade
Onde se instala o sonho entre nuvens
brancas.
António, de seu nome, um moinho
construiu
Num doce asilo em Serra-mestra de
eleição,
Ternurento projecto de sublimação
Oposto a este mundo vil que já caiu.
Numa encosta altaneira sempre
esverdeada
Inebriando um horizonte que lhe sorriu
Onde renasce o sol na frágil
madrugada.
Desperta hora a hora um harmonioso hino
Esvoaçante espiral de falcão-peregrino.
Aos sonhos dá guarida em sua moradia
Limpando as duras leivas dos trigais
maduros,
Canta pelas veredas trovas e poesias
Ao ritmo da energia em suaves sons
futuros.
Ribeiros de prazer, quais fontes de
ternura,
A flamejante luz da branca claridade,
Viajam numa torrente d’ água sempre
pura
Embalados na fina crença e na verdade.
Liberta, desta forma, em firme
singeleza,
A recriada Paz dos dons da Natureza!
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE
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