domingo, 4 de maio de 2008

MULHER SEM NOME


Poema para o
“Dia da Mãe”


Co’ a ‘strela matutina se levanta
muito antes que todos na mansão
mulher sem nome mas de coração
que a si s’ empenha e no silêncio ‘spanta.

Já o sol brilha e vai de abalada
por esse mundo que lhe dá sustento
em cada gesto ganhando alimento
dá vida à prole ficando desgastada.

Cada hora que passa sente a vida
de maneira diferente em cada rosto
e a sua nunca é reconhecida...

Na orla da alma lágrimas derrama
por cada sonho que virou desgosto
porém, mulher, o mundo te reclama !


Frassino Machado
In RODA VIVA

sexta-feira, 2 de maio de 2008

OS CAVALEIROS DO AMOR




O verdadeiro amor não tem longe nem perto
apenas sentimentos, emoções, saudades
tem alma de bonança mas ´stá sempre inquieto
vagueando nas paixões, colhendo qualidades.

Nem todos podem ser Orfeus e Euridices,
nem todos podem ser Romeus e Julietas,
mas escondidos, entre muitos, são violetas
que ao mundo dão aromas sem politiquices.

Nas mais inócuas circunstâncias são valentes
e muitas vezes jogam fora seus interesses
menosprezando a vida e seu real valor…

Lutam em todos os terrenos imprudentes
e nunca esperam de ninguém, quiçá, benesses:
são desta estirpe os cavaleiros do amor !



Frassino Machado
In RODA VIVA

segunda-feira, 14 de abril de 2008

AMOR, MEU CANTO


O amor que me enche a alma é meu Canto
e quero que meus versos sejam teus
pondo nesta aventura de actos meus
um fogo de paixão e de encanto.

Não sou perfeito e muito menos Santo

mas sou o mais feliz entre os Orfeus
que ao encontrar-te descobri os céus
nessa tua beleza que é meu espanto!

P´ra ti vai todo meu cantar de amor,
minha bela Euridice d´embalar,

e nem tolero haver por aí maior...

Tomara ser viável transformar
um grande mundo noutro bem menor

para em paz nos teus braços descansar!



Frassino Machado
In A MUSA VIAJANTE

segunda-feira, 24 de março de 2008

A PÁSCOA DA GLOBALIZAÇÃO



PÁSCOA GLOBAL


Tomara que houvesse Páscoa
neste Mundo tão Global
onde tudo se oferece
e nada é natural.

Tomara que houvesse Páscoa
neste Mundo tão banal
onde afinal tudo falta
e a ilusão é total.

Não há Páscoa sem cordeiro
nesta passagem real
tudo passa neste mundo
seja por bem ou por mal.

Não há Páscoa sem redenção
neste cortejo de horrores
carecem os abnegados
e sobejam os delatores.

Se houvesse no Mundo Páscoa
que seria dos instalados
dos poderosos febris
ou dos enfatuados ?

Se houvesse no Mundo Páscoa
que seria dos opulentos
dos oportunistas vis
ou dos reles pestilentos?

Tomara que houvesse Páscoa
pela mão dos triunfadores
que as armas feitas de sonho
trocariam ódio por amores.

Tomara que houvesse Páscoa
pomba de paz-coração
e o Mundo se elevaria
em feliz Libertação !


Frassino Machado
In JANELA DA ALMA

sábado, 22 de março de 2008

CRUZ REDENTORA



Estranho mundo este em que vivemos
sem esp’ rança de nova claridade
pois toda a luz se torna raridade
e a miséria é aquilo que mais vemos.

Estranho mundo este que se sente
a cada hora gravemente obscuro
sem que se tenha ideia de um futuro
que à nossa alma algo acrescente.

Estranho mundo este que desloca
nos seus ombros o fardo do poder
mas que a experiência deixa antever
toda a vanglória triste que lhe toca.

Estranho mundo este que navega
em negros oceanos traiçoeiros
olvidando rarearem marinheiros
que estejam preparados p’ ra refrega.

Estranho mundo este tão sapiente
que em cada gesto pensa haver justiça
tornando a cada passo mais submissa
a humana alma já de si descrente.

Estranho mundo este tão sectário
que nas façanhas pobres joga trunfo
retirando aos humildes o seu triunfo
fazendo-se entre anhos leão primário.

Estranho mundo este imprevisível
tão valente nas coisas comezinhas
e nas grandiosas reles picuinhas
tornando-se ser humano perecível.

Estranho mundo este nesta hora
de alto a baixo em fantasma retratado
surge aos devotos olhos transformado
em alvo de paixão, Cruz Redentora !



Frassino Machado
In JANELA DA ALMA

domingo, 9 de março de 2008

A OBREIRA DE SEMPRE


"Dia Internacional da Mulher"


Dever-se-á dizer à mão esquerda
tudo o que sempre faz a mão direita?
o que de imediato se observa
é que nenhuma delas se rejeita.

Se desta forma tudo se concerta
pelo devir da eterna harmonia
toda a mulher no homem se completa
moldando a natureza em poesia.

Se o homem é destinado a mais acção
por todo um compromisso racional
quem põe em cada dia emoção
e em tudo é a obreira natural?

A Mulher, sim, pois 'stá mais que provado
qu' onde houver uma marca de mulher
tudo pode ficar mais renovado
pois ela é arte, paixão e mister !


Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A ESPERANÇA



Quem espera desespera
diz o povo e é verdade
todavia é mais severa
a rotina por maldade.

Abramos uma janela
que toda alma sustem
e tentemos ver por ela
aquele amor que convém.

Há sempre um amor secreto
que todo o olhar alcança
traz no bojo bem desperto
um açafate de esperança...

A esperança é condimento
que à confiança conduz
destrói qualquer sofrimento
e à alma transporta luz !


Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A NINA

Se a luz do sol me visitar,
como agora Nina Ferrer,
muito alegre hei-de ficar
se a tristeza em mim estiver!

Esta Nina, jovem ardente,
tem brilho de estrela-polar
minha noite sai da mente
se a luz do sol me visitar.

Toda a alma se alegrará
se um raio de luz tiver
nova aurora chegará
como agora Nina Ferrer.

Nina como esta não há
e se há é p’ ra admirar
vai de retro coisa má
muito alegre hei-de ficar.

Minha amiga de eleição,
ó poeta Nina Ferrer,
serás sempre consolação
se a tristeza em mim estiver!



Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

domingo, 13 de janeiro de 2008

O DESCANSO DO GUERREIRO



A um dos notáveis lusos
do Século XXI



Metido há muito em descanso
Onde a paz o alimenta
Um Special One em avanço
Revolve a alma sedenta.
Imenso sonho projecta
Num oceano ardiloso
Homem repleto de gozo
Onde mais ninguém o afecta.

Fogem dele os conformados
Em cenas incompreensíveis
Lutar, só os predestinados,
Isentos e imprevisíveis:
Xeque-mate aos marafados.

José, levanta-te e combate
Onde mais ninguém ousará,
Sê igual a ti, ó magnate,
Em cada luta d’ amanhã !


Frassino Machado
In O TRIPEIRO